quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Lavras Novas, um lugar mágico em Minas Gerais

Lavras Novas oferece tranqüilidade, boa gastronomia e aventura:
turismo em clima de montanha, cheirinho do mato, banhos de cachoeiras.

  

O estado de Minas Gerais é conhecido por suas cidades históricas e também pelas belas paisagens. A 20 minutos da incrível Ouro Preto, precisamente a 17 km, fica Lavras Novas, uma pequena cidade serrana em estilo colonial, a 1.400m de altitude, que se tornou ponto turístico já nos anos 80. Com cerca de mil habitantes a cidade conserva seu charme original e a simplicidade do jeito interiorano mineiro.

Local de exploração de ouro, no século XVIII, Lavras Novas foi erguida em torno da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira da cidade. Sua ocupação se deu de forma ordenada, desde o fim do período do ouro, quando o lugar foi habitado durante muitos anos somente por uma pequena comunidade, que preservou as muitas tradições da região.

Lavras Novas é um convite ao descanso com suas charmosas pousadas e paisagens deslumbrantes. Restaurantes típicos e comida caseira (sabores de dar água na boca) propiciam o deleite da boa gastronomia. Os serviços e preços são para todos os gostos e para todos os bolsos (moradores e comerciantes sempre se orgulharam da prática de preços atrativos). Inclusive na parte mais nova da cidade, o bairro Alto do Campo, o turista encontra muitos restaurantes, pousadas e lojas atraentes.

E para quem não quiser ficar parado são muitas opções de caminhadas e de esportes de aventura como canoagem, mountain bike e passeios de quadriciclos, motos ou mesmo à cavalo. Tudo isto em um cenário encantador, onde já foram rodados muitos filmes e comerciais de TV.

Lavras Novas faz parte do circuito da Estrada Real de Minas Gerais e fica a 1h30 da capital Belo Horizonte (117 km). O caminho é pela BR-040, seguindo na direção de Ouro Preto, entra no trevo que indica a cidade de Mariana, vire em Saramenha, seguindo pela estrada para Ouro Branco até a entrada para a cidade. Os últimos 7 km são de estrada de terra, mas o asfaltamento já foi licitado e a obra está prometida para breve. Para quem sai do Rio de Janeiro, pela mesma 040, deve seguir a indicação para Ouro Branco e seguir pela estrada que leva a Ouro Preto. Lavras Novas fica antes de chegar a Ouro Preto.    

Alguns atrativos de Lavras Novas
  
  
Rua Nossa Senhora dos Prazeres - Um dos maiores charmes de Lavras Novas é sua rua principal com casinhas coloridas de telhados baixos e vasto gramado, muitas lojas de artesanato e bares. Nela fica a Igreja Nossa Senhora dos Prazeres que deu nome à rua e foi construída no período colonial. Nos finais de semana, em frente às casas, algumas transformadas em bares, as pessoas se reúnem em mesas pelo gramado para ouvir música ao vivo de artistas que se apresentam nos bares.

Apoio ao turista - A cidade possui lojas com todo tipo de serviço de apoio ao lazer e aos passeios. Entre os quais se destacam: guias turísticos; aluguel de motos, quadriciclos e cavalos; rapel, trekking, canoagem, mountain bike e outros.

Bacia do Custódio - Bacia do Custódio é uma represa, outro cartão postal de Lavras Novas. Cercada de vegetação, é excelente opção para quem busca por ambientes tranqüilos para o descanso ou mesmo para fazer piqueniques.

Cachoeiras - No caminho que dá acesso à Bacia do Custódio estão as cachoeiras Três Pingos e dos Namorados. A região ainda reserva outras cachoeiras fascinantes: Nossa Senhora dos Prazeres, fica na cabeceira da represa, e Pocinhos que são duas quedas d’água pequenas.

Por do sol - Não há como não se deslumbrar com o pôr do sol visto do Mirante da Serra do Trovão, cuja trilha sai da estrada de terra, chegando à entrada de Lavras Novas. Esta é a principal serra de Lavras Novas, um imponente maciço rochoso com vista deslumbrante para um mar de montanhas e picos.

Parque do Itacolomi - Bem pertinho de Lavras Novas, outra atração é o Parque do Itacolomi. Ele abriga a primeira Casa Bandeirista e o Museu do Chá. A entrada para o parque fica no caminho para a cidade de Mariana e há passagem também pela própria Mariana e por Ouro Preto.

Arte e artesanato - Muitos artistas e artesãos instalaram seus ateliers pela cidade. É fácil encontrar escultores, joalheiros, cesteiros, artesãos de patchwork e quituteiras. São peças e delícias que enchem os olhos e atiçam o paladar.

Maria Fumaça - Outro passeio irresistível é fazer o percurso de 17,5 km entre as estações de Ouro Preto e Mariana, apreciando as paisagens de Minas Gerais a bordo da Maria Fumaça (ou do Trem da Vale).

Informações para o turista     

Turismo local
Novas Lavras Turismo - Rua Nossa Sra. dos Prazeres, 739, tel. (31) 8404-4570

Pizzaria
Cantina Real - Rua Alto do Campo, 210, tel. (31) 9711-6144

Doçaria e bistrô
Mariazica - Rua das Flores, 25 - A, tel. (31) 3554-2263      

Pousadas/restaurantes
Carumbé - Rua Projetada, 220, tel. (31) 3554-2105
Taberna Casantiga – Rua Alto do Campo, 213, tel. (31) 3554-2040
Canto dos Prazeres - Rua Alto do Campo, 131, tel. (31) 9786-4625
Palavras Novas - Rua Nossa Sra. dos Prazeres, 1110, tel. (31) 35542025

Restaurante italiano
La Cucinetta - Rua Nossa Sra. dos Prazeres, 1191, tel. (31) 3554-2195

Pousadas
Biz&Biu - Rua das Montanhas, 542, tel. (31) 9961-3400
Loft da Serra - Rua das Hortênsias, 270, tel. (31) 9619-1242
Vila do Campo - R. Alto do Campo, 321, Tel. (31)9901.3330

Artesanatos e móveis coloniais
Menestrel - Rua Alto do Campo, 202, tel. (31) 3554 2222

Aluguel de Quadriciclos
Quadricross - Rua Nossa Sra. dos Prazeres, 1276, tel. (31) 3554-2063

Shows (sextas, sábados e feriados)
Taberna Casa Antiga - Rua Alto do Campo, 231, tel. (31) 3554-2040
Carumbé - Rua Projetada, 220, tel. (31) 3554-2105


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Roberto Lage dirige ‘Quarto 77’, realismo fantástico de Leonardo Alkmim

Paulo Goulart Filho e Maria Laura Nogueira vivem história surpreendente beirando o surreal.

O instigante texto Quarto 77, de Leonardo Alkmim, entra em cartaz em São Paulo com direção de Roberto Lage. A peça, que tem no elenco Paulo Goulart Filho, Maria Laura Nogueira e Gisa Guttervil, estreia dia 9 de março, sexta-feira, no Teatro Augusta, às 21h30. Esta é mais uma produção do Núcleo de Criação FAZ, produtora atuante, há 17 anos no eixo Rio-São Paulo, dirigida por Erika Barbosa e Beto Bellini.

Quarto 77 conta a história de um Homem que se isola em um quarto, sendo surpreendido por uma Mulher que aparece para dividir com ele o aposento. Flertando com o surreal, esta situação se desenrola de maneira surpreendente e tem um desfecho totalmente inesperado.

Para explicar o gênero deste texto o termo mais correto é realismo fantástico. Nesta história tudo pode ou não ser real. As personagens podem ou não existir. E será que elas realmente estão ali, naquele Quarto 77? O diretor Roberto Lage optou por montar o texto exatamente como ele é, sem dar explicações, sem se colocar de nenhum lado, nem mesmo defender alguma possibilidade.

A relação desse casal traz surpresas durante toda a peça. A precariedade do quarto e a mente atormentada do Homem se complementam, dando ainda mais ar de mistério à sua história ou à sua culpa - não revelada. Amor, tormento e violência pontuam as cenas e podem assustar os mais desavisados.

    
“O sono da razão gera monstros.”

O Quarto 77 seria o refúgio? Ou o refúgio, a própria mente do Homem? Entregar-se plenamente a uma situação leva à perda da identidade? Leonardo Alkmim tem nas alucinações o instrumento para navegar pelo obscuro da mente humana, recheada de medos, desejos e incertezas. Ele constrói o texto de forma a aguçar mais e mais a curiosidade de quem observa a intimidade das personagens, como se ouvíssemos atrás da porta ou observássemos pela fresta da janela, sons e movimentos instigantes.

    Realidade ou alucinação? A plateia fica diante de um tentador labirinto e testemunha coisas que podem ocorrer dentro de nossas próprias mentes, coisas que estão ali, materializadas por corpos e palavras, como se o etéreo de toda uma vida pudesse ser exposto em alguns minutos.

“Da cidade eu queria os passos para ir adiante.
Só ganhei passos no meu calcanhar e um labirinto à minha frente.”

O cenário (de Heron Medeiros) tem um viés realista com contornos “teatralistas”, acolhendo muito bem a complexidade da peça, onde o casal se digladia. O espaço cênico é o Quarto 77, mas o mundo lá fora cabe inteiro dentro “dele”.

“O lugar onde eu morava era só o paradeiro pra uma estadia mais prolongada... Claro, minha casa não era só minha casa. Pensar nisso me fez levantar do chão. Minha casa é o mundo! (...) O que é o mundo senão o paradeiro pra uma estadia ainda mais prolongada? Um endereço para 30, 40, 80 anos?”

Espetáculo: Quarto 77
Texto: Leonardo Alkmim
Direção: Roberto Lage
Coordenação de produção: Erika Barbosa
Elenco: Paulo Goulart Filho, Maria Laura Nogueira e Gisa Guttervil
Cenografia: Heron Medeiros
Figurino: Milton Fucci
Assistência de direção: Aline Meyer
Trilha sonora: Henrique Mello
Iluminação: Wagner Freire
Assistência de produção: Milton Fucci
Designer gráfico: Leo
Direção de produção: Gisa Guttervil
Fotos: Demian Golovaty
Realização: Núcleo de Criação FAZ
Estreia: 9 de março - sexta-feira - às 21h30
Local: Teatro Augusta http://www.teatroaugusta.com.br/
Rua Augusta, 943 – Cerqueira César/SP – Tel: (11) 3151-4141
Ingressos: R$ 50,00 - – Gênero: Drama – Class. etária: 14 anos
Temporada: sexta (21h30), sábado (21h) e domingo (19h) – Até: 08/04
http://www.ingressorapido.com.br/ (4003-1212). Estacionamento conveniado no local

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Zimbo Trio convida Fabiana Cozza para homenagem à Elis Regina

Projeto Adoniran 2012
O Memorial da América Latina abre a temporada 2012 do Projeto Adoniran com o show Zimbo Trio convida Fabiana Cozza, no dia 8 de março, quinta-feira, às 21 horas. Celebrando o Dia Internacional da Mulher e os 30 anos da morte de Elis Regina, o espetáculo revive as canções do LP Fino do Fino (1965), uma histórica obra que reuniu o mais importante e premiado grupo instrumental da época (Zimbo Trio) com a mais reverenciada cantora brasileira de todos os tempos (Elis Regina).

O disco foi gravado ao vivo no Teatro Paramount de São Paulo com a presença do público do programa O Fino da Bossa, representando um significativo registro do ápice da Música Popular Brasileira dos anos 60. Para reviver esse momento mágico da cultura musical brasileira o Zimbo Trio convida a cantora Fabiana Cozza para interpretar as músicas gravadas por Elis no disco em questão.

O repertório é formado por: “Terra de Ninguém” (Marcos e Paulo S. Valle), “Menino das Laranjas” (Teo de Barros), “Preciso Aprender a Ser Só” (Marcos e Paulo S. Valle), “Zambi” (E. Lobo e V. de Moraes), “Tempo Feliz” (B. Power e V. de Moraes), “Upa Neguinho” (E. Lobo e G. Guarnieri), “Arrastão” (E. Lobo e V. de Moraes), “Canção do Amanhecer” (E. Lobo e V. de Moraes), “Madalena” (Ivan Lins), “Esse Mundo é Meu” (S. Ricardo e R. Guerra), “O Morro Não Tem Vez” (A. C. Jobim e V. de Moraes) e “Brigas Nunca Mais” (A. C. Jobim e V. de Moraes).
                       
Projeto Adoniran
Show: Zimbo Trio convida Fabiana Cozza
Fabiana Cozza (voz), Amilton Godoy (piano), Persio Sapia (bateria) e Mario Andreotti (baixo acústico)
Dia 8 de março – quinta-feira – às 21 horas
Memorial da América Latina – Auditório Simon Bolívar
Ingressos: R$ 15,00 - Bilheteria: 14h às 19h (dia anterior) e a partir de 14h (dia do show)
Estacionamento (Portão 15): R$ 10,00. Entrada/pedestres: Portão 13.
Realização: Fundação Memorial da América Latina - www.memorial.sp.gov.br
Produção: PG Music

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Musical 'Nara' volta em curta temporada para comemorar 70 anos de Nara Leão

Depois de temporadas de sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, além de apresentações em Teresina e cidades do interior paulista, o musical brasileiro Nara – estrelado por Fernanda Couto – volta ao cartaz no Teatro Jaraguá, em São Paulo.

A reestreia acontece dia 25 de fevereiro para comemorar os 70 anos do nascimento da Nara Leão (19-01-1942 – 07-06-1989) e também os dois anos de história da montagem, que segue até 18 de março. O enredo de Nara percorre a trajetória da musa da bossa nova, reverenciando-a por meio de uma seleção musical que ilustra mais de 25 anos de carreira.

A direção é de Márcio Araújo que assina também a dramaturgia, ao lado de Fernanda Couto, e Pedro Paulo Bogossian é RO esponsável pela premiada direção musical. A ficha técnica traz ainda o talento de Valdy Lopes na cenografia, André Boll na iluminação e Cássio Brasil no figurino. No palco, além da protagonista Fernanda, estão em cena Rodrigo Sanches, William Guedes e Guilherme Terra.

Nara é um espetáculo delicado e elegante como a bossa nova. Canta a trajetória musical de Nara Leão e desvenda suas várias facetas de mulher, seu envolvimento político e suas posições artísticas. Nara descobriu e ajudou artistas como Chico Buarque, Maria Betânia, Fagner e tantos outros. Ela foi a musa da bossa nova, mas também flertou com o Tropicalismo, gravou sambas do morro, Roberto & Erasmo e até versões de clássicos americanos.
A atriz Fernanda Couto foge da caricatura de Nara Leão e constrói a sua Nara pela essência, calcada em uma pesquisa que durou mais de quatro anos. “Identifico-me com seu canto, com sua postura em relação à arte e à vida. Apesar das diferenças físicas, há um sentido na música de Nara que me deixa muito próxima dela”. Revela Fernanda que, acompanhada por três músicos-cantores-atores, representa os principais acontecimentos da vida da cantora como a peça Opinião, o período do regime militar no Brasil e o auto-exílio, até ganhar o mundo com a sua força, talento e doçura.

Segundo o diretor, “Nara é uma respeitosa homenagem a esta artista da maior importância para a música brasileira e que tanto ensinou com suas posturas perante o sucesso, os amigos e a luta pela vida”. A montagem é dividida em momentos que sintetizam e pontuam as fases mais representativas da trajetória musical de Nara Leão. Textos sobre ela e depoimentos que concedeu à imprensa costuram, de forma sutil e delicada, o caminho que ela percorreu na história da música popular brasileira. O foco da montagem está na sua vida profissional e nas canções que interpretou: escolhas certeiras que refletiram na história da nossa música.

O enredo de Nara relembra cerca de 20 canções inesquecíveis, imortalizadas pela musa, entre elas: Diz Que Fui Por Aí (Zé Kéti e H. Rocha), Opinião (Zé Kéti), Se É Tarde Me Perdoa (R. Bôscoli e C. Lyra), Insensatez (Jobim & Vinícius), A Banda (C. Buarque), Com Açúcar, Com Afeto (C. Buarque), João e Maria (C. Buarque e Sivuca), As Curvas da Estrada de Santos (Roberto & Erasmo), Manhã de Carnaval (Luis Bonfá e Antonio Maria) e outras.

Nara foi contemplado o Prêmio Contigo de Melhor Musical Nacional e obteve quatro outras indicações: Prêmio Shell (Melhor Música), Prêmio APCA (Melhor Atriz e Direção Musical) e Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro (Projeto Sonoro). Esta temporada foi viabilizada pela Lei Rouanet – PRONAC (Programa Nacional de Apoio à Cultura).

Espetáculo: Nara
Texto:   Fernanda Couto e Márcio Araújo
Direção: Márcio Araújo
Direção musical Pedro Paulo Bogossian
Elenco: Fernanda Couto, Rodrigo Sanches, William Guedes e Guilherme Terra
Cenografia: Valdy Lopes
Design sonoro: Luciano Monson
Iluminação: André Boll
Figurino: Cássio Brasil
Direção de produção: Mamberti Produções
Produção executiva: Daniel Palmeira
Temporada: 25/02 a 18/03 - sábado (21 horas) e domingo (19 horas)
Local: Teatro Jaraguá
Rua Martins Fontes, 71 - Bela Vista – SP – Telefone: (11) 3255-4380
Ingressos: R$ R$ 40,00 – Gênero: Musical – Duração: 60 min – Classificação: 8 anos
Antecipados: http://www.ingressorapido.com.br/ (4003-1212) - Estacionamento: R$ 18,00.

Catarse comemora 10 anos em três noites de festival


Comemorando 10 anos de história, o projeto Catarse, idealizado por Luiz Gayotto, realiza sua sétima edição, Zona de Oxigênio, nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro, de sexta a domingo, na Casa das Caldeiras, em São Paulo, com entrada franca.
   

Neste ano, o evento – que promove o diálogo entre várias manifestações artísticas – defende que o trabalho do artista no palco só tem sentido se ele realmente tiver algo a dizer. “O ser humano precisa de uma zona de oxigênio para sobreviver aos absurdos do mundo atual. A zona de oxigênio é o ponto para onde convergem todas as ideias e ações”. Comenta Xarlô, diretor artístico do evento.

A dinâmica do Catarse – Zona de Oxigênio é um atração à parte: são 13 apresentações (curtas) por noite que se alternam sem intervalos em dois palcos distintos, um em frente ao outro ou mesmo no meio da plateia. As apresentações musicais são maioria, mas há inserções de dança, circo, teatro e poesia, o que acaba gerando uma inquietação, um curioso estranhamento que torna o evento ímpar.

Os representantes das artes cênicas são Gero Camilo (no festival, Gero vai cantar), Pascoal da Conceição (apresentado Mário de Andrade – 90 Anos da Semana de Arte Moderna), Georgette Fadel (também cantando), Cia. Pessoal do Faroeste, Cia. Novadança 4, Linhas Aéreas, Paula Cohen, Minueto de Spray Para Baixo, Solas de Vento, Vidança e Visco.
         

A programação musical traz artistas do Rio de Janeiro (Luis Capucho, compositor gravado por Cássia Eller, Arícia Mess, Dona Joana e Juliano Juba) e da Holanda (Mariandoro). A música paulistana está representada pelo Cérebro Eletrônico (que comemora 10 anos junto com o Catarse), Alzira E, As Orquídeas do Brasil, Sérgio Molina & Miriam Maria, Luiz Gayotto e muitos outros: Aline Reis, Banda Mirim, Bandolim Elétrico, Concerto de Rua, El Cartel Cúmbia, Carlos Zimbher & Paulo César de Carvalho, Fepa, Guilherme Kastrup, Ilú Obá de Min, João Pinheiro, Meno Del Picchia, PABX, Pig Soul, Shup Up And Dance, Sinamantes, Sons e Furyas e Stênio Mendes. O grupo Makumbacyber, de Xarlô, faz a abertura performática com o Manifesto, nas três noites do evento.

Ao lado da Exposição Catarse (registro fotográfico histórico das edições anteriores) haverá também a exposição Gelo, de Marcos Hermes (reconhecido como fotógrafo de capas de CDs de nomes expressivos da MPB e de grandes shows musicais). Enquanto as atrações vão se sucedendo, dois representantes das artes plásticas, Júlio Docsjar e Achiles Luciano, pintam telas gigantes inspiradas no evento; e um telão exibe imagens (vídeos) criadas especialmente para o projeto pela VJ Santa Clara. Mas o festival não se limita às apresentações: nos dias 24 e 25 (sexta e sábado) um DJ assume o comando da festa para a noite continuar.

O projeto Catarse nasceu despretensioso e informal, em junho de 2001, quando Luiz Gayotto reuniu um grupo de artistas, no extinto Teatro Crowne Plaza, para cada um mostrar seu trabalho individual. Nas edições seguintes (2003, 2004, 2006, 2007 e 2009), realizadas na Choperia do SESC Pompeia, o festival ganhou contornos de um movimento artístico com a adesão de atores, bailarinos, poetas, artistas visuais e circenses. 
    

Evento: Catarse – Zona de Oxigênio
Idealização e direção geral: Luiz Gayotto
Direção artística: Xarlô
Dias 24, 25 e 25 de fevereiro – sexta e sábado (21h) e domingo (19h)
Av. Francisco Matarazzo, 2000 – Água Branca/SP
Informações: (11) 9157-7212 e catarse2012@gmail.com
Ingressos: Grátis – Classificação indicativa: sex. e sab. (18 anos) e dom. (Livre)
Capacidade: 400 lugares - Duração: 2 horas (+ after com DJ, sexta e sábado)
Acesso universal – Face: www.facebook.com/FestivalCatarse
Apoio: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura - Programa de Ação Cultural – 2011, Cooperativa de Música e Casa das Caldeiras
   

Programação – Cartarse 2012 – Zona de Oxigênio

Dia 24/02 – sexta – 21h
Recepção: Concerto de Rua
Abertura: Makumbacyber
Stênio Mendes
Aline Reis
Linhas Aéreas
Pabx
João Pinheiro
Minueto de Spray Para Baixo
Sons e Furyas
Georgette Fadel
Guilherme Kastrup
Cia. Pessoal do Faroeste - Cine Camaleão
Arícia Mess
After: DJ K7

Dia 25/02 – sábado – 21h
Abertura: Makumbacyber
Fepa
Visco
Bandolim Elétrico
Pascoal da Conceição
Sinamantes
Cia. Novadança 4 – Passeios
Juliano Juba
Luís Capucho
Sergio Molina & Miriam Maria - Sem Pensar Nem Pensar
Solas do Vento - Perdidos
Dona Joana
Pascoal da Conceição
El Cartel Cumbia
After: DJ Evelyn Cristina

Dia 26/02 – domingo – 19h
Abertura: Makumbacyber
Banda Mirim – Rádio Show
Mariandoro
Orquídeas do Brasil
Paula Cohen
Pig Soul
Vidança
Meno Del Picchia
Falou Bicho (Zimbher e Paulo César de Carvalho)
Alzira E
Mafalda Pequeno e Beth Bell
Cérebro Eletrônico
Shup Up And Dance
Gero Camilo
Luiz Gayotto – Recado final
Encerramento: Ilú Obá de Min


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Teatro do Incêndio leva espetáculo surrealista ao Madame “Satã”

Mergulho no surreal contempla símbolos e fantasias da metrópole paulistana, aos olhos da Cia. Teatro do Incêndio.

A Cia. Teatro do Incêndio apresenta seu novo espetáculo São Paulo Surrealista, ritual teatral dirigido por Marcelo Marcus Fonseca. Com estreia marcada para dia 2 de março (sexta-feira, às 21h30), a montagem inaugura a programação teatral da casa noturna Madame (antiga Madame Satã que reabriu suas portas totalmente reformada e sob nova direção).

Este novo projeto da companhia, contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, é uma ode à cidade e seus personagens, confrontando - em um jogo de imagens sobrepostas - as contradições e fantasias da metrópole. Em São Paulo Surrealista o público confere o resultado da primeira fase desta pesquisa do Teatro do Incêndio.

O espetáculo não conta, necessariamente, uma história. Para revelar a cidade real, nada é realista. Os textos são colagens emolduradas por imagens e figuras da metrópole, sejam elas reais ou distorcidas, tendo na música ao vivo um elemento essencial para traduzir sua pulsação.

“Esta montagem propõe também que o público perceba a cidade pelos olhos de André Breton, um dos criadores do surrealismo, em um jogo que ressalta pontos turísticos, monumentos, terreiros, restaurantes e bordeis paulistanos”, explica o diretor Marcelo Marcus Fonseca.

Mário de Andrade, Roberto Piva, Pagu, nativos, cidadãos comuns, ninfas e animais recebem o surrealista André Breton, observado por Antonin Artaud (dramaturgo francês, surrealista), para um mergulho na capital paulista, percorrendo Os Nove Círculos do Inferno de Dante Alighieri.

Em cena, 25 atores em uma celebração musical da cidade com alusões ao cinema de Pier Paolo Pasolini e Frederico Fellini e textos escritos durante o processo pelo próprio grupo, com base na escrita automática característica do Surrealismo. Todas as canções foram compostas por Marcelo Fonseca e Wanderley Martins especialmente para o espetáculo, algumas delas “em parceria” com Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.

São Paulo Surrealista é um espetáculo que interage com o público, questionando a existência pela natureza histórica, política, sensual e caleidoscópica de uma cidade anárquica num delicado equilíbrio de contrários. O público é recebido com uma taça de vinho (quem quiser beber outras terá que comprá-las) e também pode degustar o absinto, mas oferecido pelos atores em conta gotas. O espetáculo ainda propicia a experiência surreal de ver uma escola de samba tocando peça de Heitor Villa-Lobos.

Os Nove Círculos do Inferno, por São Paulo Surrealista

  

Os Nove Círculos do Inferno são os degraus propostos pelo espetáculo, inspirados na primeira parte da Divina Comédia, para explorar os signos, ou infernos, da cidade de São Paulo.  No primeiro círculo, “Pagãos no Limbo”, André Breton é batizado no Candomblé, abrindo passagem para a imersão nas contradições e tradições da metrópole, como a “Luxúria”, onde a paixão pelo dinheiro impera, e a “Gula”, retratando a filosofia da comida em um banquete a la Píer Pasolini e frases do poeta francês Benjamin Péret. No quarto círculo, a “Avareza” se materializa em um homem velho, personagem que expulsa as pessoas desse banquete e guarda tudo para si.

Uma aparição de Antonin Artaud, com fios elétricos ligados à sua cabeça, representa a “Ira”, justificada em texto que questiona a própria existência. “Heresia” é o sexto circulo: uma freira tortura um padre enquanto lê, para Artaud, uma carta ao Papa criticando a religião. Em “Violência e Bestialidade” nosso personagem mergulha nas baladas noturnas dos jogadores de futebol e seus empresários que molestam adolescentes (passagem pontuada por textos bestiais e violentos do Conde de Lautréamont, poeta uruguaio que viveu na França, precursor do Surrealismo).

“Fraude” é o oitavo círculo, que faz cair por terra o sétimo: as jovens molestadas saem de dentro de sacos de lixos, mas estão “grávidas” de bolas de futebol. No último, a “Traição”, traz o mapa de São Paulo marcado por pontos turísticos, mesclados a tumores diversos. E Artaud conclui que a cidade doente e que trai a si própria.

Espetáculo: São Paulo Surrealista
Com: Cia. Teatro do Incêndio
Roteiro e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca
Co-direção e figurinos: Liz Reis
Elenco: Liz Reis, Marcelo Marcus Fonseca, João Sant'Ana, Wanderley Martins, Sérgio Ricardo, David Guimarães, Giulia Lancellotti, Talita Righini, Sonia Molfi e outros.
Direção musical: Wanderley Martins
Iluminação: Rodrigo Alves
Fotos: Bob Sousa
Composições originais: Marcelo Marcus Fonseca e Wanderley Martins
Produção e realização: Cia. Teatro do Incêndio
Apoio: Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo
Estreia: 2 de março de 2012 –  sexta-feira – 21h30
Local: Madame (antiga Madame Satã) – http://www.madameclub.com.br/
R. Conselheiro Ramalho, 873 - Bela Vista/SP - Tel: (11) 2592-4474
Temporada: sexta (às 21h30) e sábado (às 21 horas) – Até 19/05/12
Ingressos: R$ 30,00, o ingresso dá direito à balada após sessão.
Bilheteria: 1h antes da sessão - Aceita dinheiro e cartões de crédito.
Gênero: Surrealismo - Duração: 70 min - Classificação: 18 anos