Dando continuidade às Rodas de Conversas - A Gente Submersa, o Teatro do Incêndio promove no dia
4 de maio (sexta, às 20h) uma vivência compartilhada sobre a tradição do
samba-rock.
Participam do evento o mestre Bruno Magnata e sua ‘família’ de SambaRocker’s
- representantes das comunidades populares desse estilo que revelam suas tradições
por meio de seu bailado. A entrada é
franca.
A tradição familiar desta dança urbana, hoje
reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cultura Paulista, vai das casas para
as festas e das festas para rua. Esta manifestação – surgida no final dos anos 50
e início dos 60 - ganhou espaço na cidade de São Paulo trazendo a tradição familiar
para os bailes, discotecas e festivais sem perder suas características originais.
O samba-rock expressa na música e na dança a resistência paulista da cultura
negra nacional que sobrevive ao preconceito e à exclusão.
Na impossibilidade de se contratar uma
orquestra, estes bailes foram pioneiros na introdução da figura do
discotecário, personagem que se tornaria o DJ, tendo papel fundamental na
história da música popular mundial, a exemplo do discotecário Seu Oswaldo que
figura entre os primeiros DJ’s. Foi no espaço ritualístico dos bailes que surgiram
os movimentos do samba-rock, esse estilo único de dança de salão, praticado na
capital paulista há várias gerações, que passa de pai para filho e está
presente em casas noturnas, clubes e centros culturais, entre outros, tanto nas
regiões centrais como nas periferias da cidade.
Dentro desse contexto é possível reconhecer a
origem do samba-rock como dança. Atualmente, é reconhecido também como um
estilo musical, a partir do surgimento de músicos e bandas com um som genuíno. No
início não havia um estilo musical propriamente chamado samba-rock. Nos bailes
se ouvia (e ainda se ouve) samba, bossa nova, jazz, swing, soul etc., sendo o
discotecário (DJ) responsável por definir qual música dentro de cada estilo
servia à prática da dança. Mais recentemente, depois que o samba-rock se
consolidou como gênero musical, artistas começaram a criar um repertório específico
para o baile. Entre os exemplos estão o cantor Branca di Neve (1989) e a banda
Clube do Balanço (2001) que apresentaram o estilo para uma nova geração de
adeptos de diferentes classes sociais.
Rodas de Conversa - A Gente Submersa
O projeto A Gente Submersa foi contemplado
pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em
comemoração aos 21 anos da Cia. Teatro do Incêndio. A programação das Rodas de
Conversa – que teve início em 2018 - prima pela diversidade saberes e fazeres
tradicionais. São vivências com temas ligados à dança, música, religiosidade,
dialeto e culinária. O projeto quer mostrar que as raízes da cultura brasileira
se manifestam em grupos que resistem e mantém viva a nossa história.
Em parceria com a Comissão Paulista de
Folclore, que ao longo de 67 anos vem mapeando, fomentando e salvaguardando as
manifestações culturais tradicionais e os patrimônios culturais imateriais, o
Teatro do Incêndio torna-se o terreiro, o quintal para esses encontros de
artistas, públicos e griôs. Esta iniciativa vem de encontro à verticalização da
busca de raízes brasileiras pelo Teatro do Incêndio que apontou caminhos
necessários de aprimoramento e investigação, ações vitais para o presente do
coletivo. Esses encontros com a cultura popular fazem parte da pesquisa para
montagem dos espetáculos Rebelião – O
Coro de Todos os Santos (que estreou em janeiro de 2018) e A Rainha Enterrada (que estreia em
agosto deste ano).
Serviço
Rodas de Conversa / Vivência: A Gente Submersa
Data: 4 de maio.
Sexta, às 20h
Tema: Samba-rock
Com Bruno Magnata e os SambaRocker’s
Local: Teatro
do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista/SP. Tel:
(11) 2609 3730 / 2609 8561
Entrada
franca (não
há necessidade de retirar ingresso).
Duração: 2h. Capacidade: 90 lugares.
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